Donos de redes sociais, como o Google, responsável pelo Orkut, ou o serviço de microblogs Twitter ainda não encontraram um modo eficiente de ganhar dinheiro com seus produtos, mas os internautas sim. Além de encontrar antigos colegas do colégio ou flertar com pretendentes a um relacionamento amoroso, esses sites são usados por pequenos comerciantes para fazer propaganda de seus negócios e ganhar dinheiro.
É o caso da ex-manicure paulista Sony Rizzo, de 36 anos, que deixou os esmaltes de lado para vender vasilhas de plástico pela internet. No Orkut, ela coloca fotos das reuniões das reuniões de clientes interessadas no produto e também de dicas sobre como cozinhar no micro-ondas – meio de preparo em que esse tipo de produto é muito usado.
Com o “boca a boca virtual” em torno das vasilhas, ela hoje diz ter conseguido uma rede de clientes que garante um rendimento mensal de R$ 5.000. E o novo negócio digital começou há apenas oito meses.
– Logo que eu entrei no Orkut eu comecei a receber retorno de pessoas que queriam fazer reuniões nas casas delas. Uma coisa que chama muita atenção são as dicas de alimentação por micro-ondas, porque ninguém mais quer saber de fogão.
A professora de educação fÃsica brasiliense Karina Coelho Tamanini Henrique vende caixas decoradas e bonecas que ela mesma faz e fotografa para postar em seu blog e perfil no Orkut. Ela diz que só no mês passado teve mais de 50 mil visitas e com os R$ 200 que fatura por mês com vendas via internet complementa sua renda.
- Sempre gostei de artesanato como hobby e resolvi apostar na internet. O começo é bem difÃcil, mas o retorno vale a pena. Já vendi até para clientes do EspÃrito Santo e Maranhão.
Ao usar esse tipo de recurso, os vendedores fazem publicidade para uma rede que tem 35 milhões de usuários, sendo mais de 51% do Brasil, levando em conta só o Orkut. Mas as redes sociais como um todo fazem sucesso por aqui.
A empresa de pesquisas Nielsen diz que 80% dos brasileiros com acesso à internet participam das "comunidades de membros", formadas por blogs e sites de relacionamento. É que o brasileiro, ao contrário de outras regiões do mundo, usam as redes virtuais para a socialização real, explica Abel Reis, presidente e COO da Agência Click.
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- O brasileiro faz o uso mais criativo que se vê de uma rede social. Vai até para a LAN house, mas não é para se divertir. É para atualizar seu perfil e ganhar mais dinheiro.
E o uso massivo das redes tende a ficar mais forte à medida que as pessoas se acostumam à s relações online, algo que já é comum para os mais jovens. O Ibope divulgou uma pesquisa na semana passada indicando que para 29% dos adolescentes de dez a 17 anos de idade da cidade de São Paulo preferem conversar com amigos, famÃlia e colegas de trabalho pelo computador do que pessoalmente.
Apesar disso, o Google - dono do Orkut - não vê o comércio como algo importante para as redes sociais. Para Alex Dias, diretor geral da empresa no Brasil, diz que nesse tipo de site o importante é mesmo a troca de informações.
- Não acho que isso vá ser o impulsionador, algo que seja importante mesmo para as redes sociais, algo que ganhe escala para ser transformador.
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